O Projeto

APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA DO SUBPROJETO

O ensino de uma forma geral, assim como o de Ciências e Biologia, enfrenta alguns desafios e um deles é incluir o aluno na participação de debates contemporâneos que exigem conhecimento técnico especifico. Apesar do Brasil ser um pais biologicamente diverso, contendo uma das maiores biodiversidades do planeta, nem sempre, em sala de aula, são realizadas discussões de forma a possibilitar ao aluno a compreender a importância desse fato ou de forma a reconhecer como essa biodiversidade influencia a qualidade de vida humana, compreensão necessária para que se faça o melhor uso de seus produtos.

Outro desafio seria a formação do aluno com um sólido conhecimento de Biologia e com raciocínio crítico. Cotidianamente, a população sente-se pouco confiante para opinar sobre temas polêmicos e que podem interferir diretamente em suas condições de vida, embora haja grandes discussões no meio televisivo e da internet, como o uso de transgênicos, a clonagem, a reprodução assistida, transposição de rios, construção de usinas hidroelétricas, entre outros assuntos. A lista de exemplos é interminável e vai desde problemas domésticos até aqueles que atingem toda a população. O ensino de Ciências e Biologia deve nortear o posicionamento critico do aluno frente a essas questões, além de suas ações do dia-a-dia que envolvem os cuidados com corpo, com a alimentação e com a sexualidade.

Apesar da Biologia fazer parte do cotidiano da população, o ensino dessa disciplina encontra-se defasado e distanciado da realidade, não permitindo ao aluno perceber o vínculo estreito existente entre o que é estudado nas disciplinas de Ciências e Biologia e o seu cotidiano. Essa visão dicotômica impossibilita ao aluno estabelecer relações entre a produção científica e o seu contexto, prejudicando a necessária visão holística que deve pautar o aprendizado sobre Ciências e Biologia. O grande desafio do professor é possibilitar ao aluno desenvolver as habilidades necessárias para a compreensão do papel do homem como parte da natureza. O novo professor de Ciências e Biologia precisa estar atento às mudanças que vêm ocorrendo nas últimas

décadas e levar para sala de aula as implicações científicas e tecnológicas referentes às pesquisas no campo biológico.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais, de uma forma geral, propõem que:

a) Os professores não ofereçam respostas prontas, mas auxiliem os estudantes a formularem perguntas;

b) Os estudantes sejam corresponsáveis pela produção do conhecimento e desenvolvam competências para compreensão do presente;

c) O processo de aprendizagem tenha como objetivo a produção de um conhecimento que o predisponha à responsabilidade social e o faça pensar de forma crítica.

O desenvolvimento do projeto do PIBID/UESPI/CAPES de licenciatura em Ciências Biológica tem como objetivos:

a) Valorizar o magistério, incentivando os estudantes que optam pela carreira docente;

b) Elevar a qualidade das ações acadêmicas voltadas à formação inicial de professores nos cursos de licenciatura das instituições públicas de educação superior;

c) Inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de educação, promovendo a integração entre educação superior e educação básica.

d) Proporcionar aos futuros professores participação em experiências metodológicas, científicas e tecnológicas, além de práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar e que busquem a superação de problemas identificados no processo de ensino-aprendizagem.

São nesses sentidos que o subprojeto PIBID-Biologia do Campus Heróis do Jenipapo-UESPI de Campo Maior visa promover tanto a melhoria da qualidade do ensino de Biologia no ensino fundamental, médio e EJA, quanto o incentivo aos alunos de licenciatura em biologia por meio da concessão de bolsas, que resultarão em ações significativas para viabilizar a melhoria da formação como licenciandos em Ciências Biológicas.

O projeto será desenvolvido da seguinte forma:

1 - Os bolsistas selecionados participarão de uma palestra ministrada pelos coordenadores do subprojeto para que conheçam

os objetivos do PIBID postulados pela CAPES e o subprojeto da Área de Biologia de Campo Maior. Os supervisores também

ministrarão uma palestra aos alunos bolsistas na escola selecionada com o objetivo de fazer com que o aluno conheça melhor a

escola a ser trabalhada (projeto político pedagógico da escola, grade curricular de Ciências e Biologia, coordenação

pedagógica e outros);

2- Os alunos bolsistas irão para a escola para uma coleta inicial de informações (diagnóstico das principais dificuldades

vivenciadas pelos professores e alunos nas aulas de física). A confecção de um relatório das informações levantadas será a

ferramenta inicial para a escolha das metodologias de ensino que poderão ser utilizadas em cada realidade;

3 – Através do relatório levantado pelos bolsistas terão início os encontros quinzenais da coordenação com os supervisores.

Nesses encontros, a coordenação juntamente com o supervisor decidirá a estratégia adotada de acordo com os conteúdos do

currículo de ciências e biologia que serão trabalhados. É o momento para planejamento de como serão executadas as oficinas;

4- Os bolsistas serão divididos em quatro equipes, correspondentes às escolas em que serão lotados. A equipe de estudantes

bolsistas de cada escola selecionará um representante que deverá contatar o coordenador sempre que necessário para a



solução de possíveis dificuldades e solicitação de materiais para as atividades. O coordenador se reunirá semanlmente em horário fixo com representantes das equipes para orientá-los quanto ao conteúdo e à metodologia de trabalho. Esses

representantes passarão as instruções obtidas a seus colegas de equipe. O coordenador também se reunirá periodicamente

com os professores supervisores das escolas para acompanhar o desenvolvimento das atividades do PIBID.

5- Haverá um horário para planejamento do bolsista com o supervisor e um horário só para os bolsistas;

6- Os bolsistas atuarão nas escolas conveniadas em dois momentos distintos: - na sala de aula juntamente com o professor da disciplina, para que conheça o cotidiano do professor; - em momentos específicos, em horários contrários às aulas.

7- Os bolsistas deverão registrar todas as atividades desenvolvidas diariamente na escola através da elaboração de diários e planos de atividades;

8 - Ao término de cada bimestre letivo, o supervisor entregará à coordenação um relatório das atividades desenvolvidas e resultados obtidos. Ao final de cada semestre de trabalho o projeto deverá ser avaliado por todos os envolvidos. Os bolsistas avaliarão o rendimento dos alunos na escola e também uma auto-avaliação, e entregarão à coordenação um relatório parcial das atividades desenvolvidas e os resultados obtidos. O supervisor avaliará os resultados obtidos pelos alunos da escola e também o desenvolvimento dos bolsistas (assiduidade e cumprimento das metas). Cabe a coordenação avaliar todo o processo e confeccionar um relatório das atividades e resultados em geral;

9 - Durante os meses de recesso escolar, serão permitidos aos bolsistas períodos alternados de férias, onde o bolsista trabalhará 20 horas durante a metade do período e folgará o restante. Neste período, o bolsista analisará notas bimestrais e finais e redigirá relatórios. No recesso de final de ano, poderá atuar em aulas de recuperação para alunos que não obtiveram média de aprovação após os quatro bimestres letivos. Durante esses períodos estão previstos dois encontros da equipe do PIBID (com duração de quatro horas, cada). No primeiro se reunirão todos os bolsistas da área de biologia e, em sistema de mesas redondas, cada bolsista apresentará a seus colegas a situação de sua escola, suas experiências como e os resultados alcançados.

O projeto PIBID/CAPES Ciências Biológicas da UESPI/Campo Maior propõe aprimorar a formação dos estudantes do curso de licenciatura, promovendo a interação dos professores de amanhã com as necessidades dos alunos de hoje. A primeira fase do projeto, sob a coordenação do Professor Guilherme F. Gondolo, objetivou não apenas a capacitação do licenciando frente a um estágio em sala de aula, mas a discussão acerca da possibilidade da oferta de um ensino qualificado. Tal interação necessita de uma continuidade, necessária pelo fato de contribuir de maneira significativa para a formação do futuro docente, pois torna possível pôr em prática a teoria de ensino nas intervenções em sala de aula. Além disso, oportuniza a observação do contexto escolar para assim desenvolver projetos que visem à melhoria da qualidade de ensino. A formação do docente não se faz
apenas com as teorias estudadas na universidade, é essencial vivenciar situações concretas, reais e cotidianas para que, por meio da dialética entre teoria e prática, ocorra uma efetiva integração de conhecimentos.

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